Inteligência artificial prevê risco de mais de mil doenças com até 20 anos de antecedência

  • 17/09/2025
(Foto: Reprodução)
Ferramenta foi criada a partir de registros de saúde em larga escala Adobe Stock Um modelo inédito de inteligência artificial (IA) foi capaz de prever, com mais de uma década de antecedência, o risco de desenvolvimento de mais de mil doenças. A ferramenta foi criada a partir de registros de saúde em larga escala e testada em duas populações diferentes: 400 mil participantes do UK Biobank, no Reino Unido, e 1,9 milhão de pacientes do Registro Nacional de Saúde da Dinamarca. O estudo, publicado na revista científica Nature, é considerado um dos mais abrangentes já realizados sobre o uso de IA generativa para modelar a progressão de doenças humanas em grande escala. Como funciona O sistema utiliza conceitos semelhantes aos de grandes modelos de linguagem (LLMs), mas aplicados a registros médicos. A lógica é que os históricos de saúde funcionam como uma “gramática”: diagnósticos, hábitos de vida e intervalos de tempo entre eventos são analisados em sequência. Com isso, o algoritmo aprende padrões e calcula probabilidades de risco futuro. Segundo os autores, o desempenho foi melhor em condições com progressão bem definida, como certos tipos de câncer, infartos e septicemia. Já em casos mais variáveis, como transtornos mentais ou complicações na gravidez, a previsão mostrou menor confiabilidade. “Nosso modelo é uma prova de conceito de que a IA pode aprender padrões de saúde de longo prazo e gerar previsões úteis”, afirma Ewan Birney, diretor interino do Laboratório Europeu de Biologia Molecular (EMBL). O que pode ser previsto Os resultados funcionam de forma parecida com previsões meteorológicas: não são certezas, mas estimativas de probabilidade. Em uma coorte de homens entre 60 e 65 anos, por exemplo, o risco anual de ataque cardíaco variou de 4 em 10 mil até 1 em 100, dependendo de diagnósticos prévios e estilo de vida. Entre mulheres da mesma faixa etária, a chance foi menor, mas com distribuição semelhante. Essas estimativas se mostraram compatíveis com os casos realmente observados em diferentes idades e sexos nos bancos de dados testados. Potencial e limitações Os pesquisadores ressaltam que a ferramenta ainda não está pronta para uso clínico. Por ora, serve como instrumento para estudos sobre a progressão de doenças, impacto do estilo de vida e simulação de cenários de saúde pública. Entre as limitações estão o viés demográfico dos dados — o UK Biobank é formado majoritariamente por adultos entre 40 e 60 anos e não representa toda a diversidade étnica — e a menor precisão em condições altamente variáveis. “É o início de uma nova forma de entender a saúde humana”, diz Moritz Gerstung, chefe da Divisão de IA em Oncologia do Centro Alemão de Pesquisa do Câncer (DKFZ). “No futuro, modelos como esse poderão ajudar a personalizar o atendimento e antecipar necessidades em larga escala.” Privacidade e ética Os dados usados foram anonimizados e analisados sob rígidas normas de privacidade. No Reino Unido, os participantes deram consentimento informado, e na Dinamarca o acesso foi feito dentro de sistemas virtuais que impedem a transferência das informações para fora do país. Setembro é o mês mundial de conscientização do Alzheimer O estudo foi financiado pelo EMBL, pelo DKFZ e por doações da Fundação Novo Nordisk. A pesquisa teve participação do Instituto Europeu de Bioinformática (EMBL-EBI) e da Universidade de Copenhague.

FONTE: https://g1.globo.com/saude/noticia/2025/09/17/inteligencia-artificial-preve-risco-de-mais-de-mil-doencas-com-ate-20-anos-de-antecedencia.ghtml


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