Derrite foi 'grande' ao ouvir e mudar PL Antifacção, diz Hugo Motta
12/11/2025
(Foto: Reprodução) O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse ao blog que o deputado federal e secretário de Segurança Pública de SP, Guilherme Derrite (PP-SP), foi “grande”, por ter ouvido as críticas à proposta alternativa ao projeto de lei antifacção que apresentou.
“Isso faz parte do trabalho legislativo: ouvir, ajustar, o importante é chegar num texto que não agrida à ninguém e nem crie conflitos e narrativas desnecessárias e atenda à sociedade. Foi isso que ele fez”, disse Motta.
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Até a última terça-feira (11), a versão inicial do projeto apresentada por Derrite, que é o relator do texto na Câmara, estava sendo questionada por especialistas, integrantes do governo e pela Polícia Federal, por, na visão dos críticos, enfraquecer o poder de investigação da PF.
Também foi criticada a tentativa de equiparar o crime organizado a terrorismo.
Após a repercussão negativa, o deputado federal apresentou no final da terça (11) uma nova versão do texto (a terceira) sem esses pontos.
A expectativa dos apoiadores do projeto é que ele seja votado nesta quarta no plenário da Câmara.
O tema ganhou notoriedade e urgência entre os deputados federais após a megaoperação no RJ contra o Comando Vermelho nos Complexos da Penha e do Alemão em 28 de outubro que terminou com 121 pessoas mortas e reacendeu o debate sobre segurança pública no Brasil, tema que deve ser um dos principais tanto na direita, quanto na esquerda durante as eleições de 2026.
Guilherme Derrite e Hugo Motta falam à imprensa na terça-feira 11 de novembro de 2025
Marina Ramos/Câmara dos Deputados
Escolha de Derrite para relatoria
Guilherme Derrite foi eleito deputado federal em 2024, mas atualmente é secretário de Segurança Pública do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo. Mesmo afastado do cargo para o qual foi eleito, foi escolhido como relator da matéria na Câmara dos Deputados.
Após o anúncio do nome de Derrite, o Palácio do Planalto se mostrou irritado com a escolha de Motta, que rebateu as críticas, dizendo que cabe a ele escolher quem é o relator e que sua escolha pelo nome de Derrite levou em consideração o fato dele ocupar o cargo mais importante de Segurança Pública em SP, o maior estado da federação.
Para atuar em Brasília durante a tramitação do projeto, Derrite foi oficialmente licenciado do seu cargo no estado de São Paulo.